quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

As Taças

O vinho que por tantos meses ou anos ficou em garrafa esperando o momento de ser degustado encontrará sua prova de fogo na taça. É nela que acontece a degustação, onde seus sentidos interagirão com esse líquido: visão, olfato, tato e paladar. É impossível ser enfático o suficiente em como o prazer de tomar vinho é incrementado com o uso de uma boa e adequada taça.

A fim de obter o máximo de prazer de uma garrafa de vinho é útil pensar um pouco sobre as taças. São inúmeros fabricantes, materiais e designers próprios de cada taça.

MATERIAL

Seu material deve ser, no mínimo, de vidro transparente. Parte do prazer de degustar um vinho está em adimirar a sua cor. O cristal é o melhor material para este objetivo.

TAMANHO

A taça deve ter tamanho suficiente para conter o vinho e ainda para ser girado na mão a fim de facilitar o desprendimento dos aromas sem derramar vinho.



HASTE

A taça deve ter uma haste, pela qual será segura, por duas razões: evitar marcas dos dedos sujem a taça, atrapalhando a visão do vinho, e também evitar que o contato direto de nossas mão aqueça a bebida prejudicilmente.

ESPESSURA

A espessura fina, além de facilitar o exame visual, propicia uma melhor sensação no contato da taaça com a boca.

FORMATO

As formas variam de acordo com cada tipo de vinho. Para espumantes bojo mais alto para se avaliar o movimento das bolhas de gás carbônico na taça. Para vinho branco e tinto bojos mais largos para melhor avaliar a intensidade de aromas e o fluxo do vinho em zonas específicas.








sábado, 1 de setembro de 2012

Situação delicada para um professor de Enologia

É complicado explicar, de maneira didática e educada, para uma consumidor de vinhos "doces" o porque de o vinho "seco" ser melhor!

Então vamos lá! 

Estava no caixa do supermercado passando os meus vinhos quando uma das garrafas, por sinal o melhor vinho, não estava cadastrado. Então começou o ritual: "chama o responsável do setor de bebidas", "chama o gerente", e nesse meio termo a caixa diz "porque perder tempo com esse vinho? Não é melhor levar um ChaliZ ou um Pér...ola que são docinhos e gostosinhos?". 

Respirei fundo e pensei, o que dizer? 

Pelo comentário, já se imagina o conhecimento desta sobre vinhos!

Então cheguei a conclusão de que é difícil falar sobre vinhos num país como o nosso, onde aproximadamente 80% do mercado é composto de vinhos suaves "doce", e estes, não representam nada perto de outras bebidas.

Também bate aquela tristeza por ver o número de pessoas que bebem "porcarias", sob diversos pontos de vista. Talvez eu esteja sendo muito radical, mas é difícil ensinar numa realidade como essa.

Este problema não é apenas cultural, mas também de educação. Então decidi falar alguns motivos, segundo a minha ótica, de porque você deve dar preferência a vinhos "secos".

ALGUNS MOTIVOS:

1 - O álcool presente no vinho é oriundo da fermentação dos açúcares da uva em etanol. Então, a maioria dos vinhos doces (termo correto: SUAVES), são doces por serem adicionados de açúcar (sacarose de cana), mas para não fermentarem na garrafa são adicionados de altas dosagens de conservantes (sulfitos e outros) que muitas vezes são responsáveis pelos sintomas da "ressaca" no dia seguinte.

2 - Normalmente, os vinhos comuns "doces" são elaborados com uvas comuns (Vitis labrusca ou americanas), nas quais predominam um éster que dá o aroma "foxado" (o tradicional cheiro de uva). Todas as uvas americanas possuem o mesmo aroma, então o consumidor sente sempre o mesmo cheiro, ficando excluído de conhecer a complexidade de aromas que possui os vinhos finos "secos" (elaborados com uvas Vitis vinifera "finas" ou Européias).

3 - A adição de açúcar é uma das ferramentas do Enólogo para mascarar os defeitos de um vinho. Então, dificilmente, um vinho suave será o melhor produto elaborado por uma empresa vinícola.

4 - Vinhos doces, de boa qualidade, como os vinhos licorosos tipo Porto, colheita tardia ou espumantes moscatéis são elaborados para serem servidos como acompanhamento de entradas ou sobremesas doces e frutas, e não para serem consumidos acompanhando as refeições ou outros usos.

Eu passaria diversas postagens fornecendo motivos técnicos para o consumidor preferir os vinhos finos "secos", mas entendo que aqueles que tem interesse em aprender podem buscar informações em diversos veículos ou até me perguntar, que terei prazer em responder.

No fim, entendo que devemos respeitar sempre o gosto do consumidor, pois não podemos impor um padrão!, mas devemos começar a educá-los para que eles possam conhecer o produto que consomem e quão maravilhoso é a diversidade de produtos que o mundo do vinho, em seus diversos paises produzem. 

 

domingo, 3 de julho de 2011

Uma região espetacular: La Rioja

Muitos dos renomados críticos de vinho no mundo têm a sua preferência por vinhos franceses (Bordoux e Borgonha), assim como, cada consumidor possui sua preferência. Para mim, uma das regiões vitivinícolas mundiais na qual eu sou adimirador, é a região de Rioja no Nordeste da Espanha.



Rioja, o vinho mais conhecido da Espanha, provém dessa região. Mesmo antes de os Romanos ali chegarem no século II a.C., as uvas desse tinto fresco e fácil de beber eram cultivadas em videiras não conduzidas, em formato de arbusto, e pisadas em lagares de pedra. A tradição perdurou por quase 2.000 anos. Na década de 1850, pioneiros bordaleses introduziram novas tecnologias, como cubas de carvalho de qualidade para fermentação e tonéis bem fabricados para o envelhecimento, conferindo complexidade e longevidade ao até então "vinho rural". Assim começou a Rioja que conhecemos hoje. Desde a década de 80 investiu-se muito para se manter a integridade e qualidade desse vinho tão procurado. Tempo, energia e dinheiro foram compensados quando a Rioja foi promovida a Denominación de Origen Calificada (DOCa), grau especial acima de DO só conferido a vinhos de qualidade constante durante muitos anos. Nem todas as safras foram exceletes, mas, nas melhores, a qualidade foi realmente excepcional.

Só são permitidas 7 cepas, provenientes de Rioja Alta no noroeste, Rioja Alavessa no País Basco e Rioja Basca no sudeste de Rioja e regiões da Navarra que entram na DOCa Rioja. As variedades tintas são: Tempranillo, Garnacha, Cariñena e Graciano. As brancas: Macabeo, Malvasia e Garnacha branca. Os tintos de Tempranillo trazem morango e framboesa maduros com um toque quente de carvalho, resultado do envelhecimento em barril. São 4 principais: joven, crianza, reserva e gran reserva.